TRATUTOR

quarta-feira, 5 de junho de 2013


 

Algumas miniaturas presentes na Bíblia Hebraica imprimida em Brescia por Gershom Soncino em 1494.

 

 

A Itália foi sempre um autentico centro, seja do ponto de vista cultural que geográfico. É aqui que se estabeleceu a primeira comunidade judaica na Europa: a presencia judaica em Roma é precedente à queda do segundo Templo. Os Judeus italianos apesar de não serem particularmente numerosos (nos momentos de maximo esplendor nunca superaram as cinqüenta ou sessenta mil pessoas) se distinguiram por sua extraordinária vitalidade cultural e por sua ampla produção de obras literárias em hebraico sobre os mais diferenciados assuntos: ritualística e arte oratória, filologia, filosofia, cabala e muitas outras disciplinas, além de, naturalmente, a poesia e a teoria poética.

 

Na Itália se encontra um verdadeiro tesouro de manuscritos hebraicos: tipografias judaicas surgiram já no séc. XV, na época dos incunábulos, em Bologna, Mantova, Soncino, Napoli, Brescia. Nas tipografias de Veneza (desde 1517), de Padova (desde 1562), de Mantova e, mais tarde, naquelas de outras cidades foram impressos milhares de livros, desde pequenos fascículos e folhetos até obra muitos importantes, como as publicações da Bíblia com os principais comentos medievais, do Talmud e do Zohar, destinadas estas últimas a serem consideradas como edições de referencia.

 

De 1200 até 1600 os livros que saíram das mãos dos judeus italianos, antes manuscritos e depois estampados, constituíram um desejado tesouro para cada família judaica; a partir de 1700 tornaram-se umas importantes propriedades  das maiores livrarias publicas  e particulares do mundo.

Entre as várias manifestações artístico-literárias que acompanharam o ressurgir da civilidade italiana, e que tiveram seu berço nas maiores cortes da Itália, a bibliofilia constituiu a paixão artística dominante para os judeus.

O escriba entre os judeus não era o simples experto de caligrafia, o copista servil come se encontrava entre os romanos e na baixa Idade Media, ele considerava a si mesmo como o propagador da sabedoria dos livros sagrados e dos comentários e para ele o ato de copiar um livro correspondia a uma espécie de exercício espiritual.

Conforme o conceito judaico, os amanuenses e os primeiros estampadores  foram personagens que tinham o mesmo valor. As obras dos dois eram consideradas um trabalho sagrado e para diferencia-los se dizia, poeticamente, que  a estampa era a arte  de escrever com muitos lápis.

 

Em 1475, trinta e cinco anos depois da invenção alemã dos caracteres de estampa moveis, apareceram na Itália os dois primeiros livros hebraicos imprimidos; estes foram impressos respectivamente a Reggio Calábria, por obra de Abraham bem Garton e outro a Piove di Sacco, perto de Padova, por obra de Meshullam Cusi.

 

Entre as centenas e mais obras hebraicas publicadas na Itália em 1500 o nome dos Soncino aparece em pouco menos do que da metade.

A família Soncino provinha de Spira, na Alemanha; na metade de 1400, um dos seus membros emigrou para a Itália e pouco depois conseguiu a autorização para abrir um banco em Soncino, perto de Cremona. O banco floresceu e o banqueiro adotou o nome de sua nova residência como sobrenome. Na segunda geração desta família se salientou Israel Nathan que, além de trabalhar no banco, exercia a profissão de medico e tinha uma grande cultura em campo hebraico. Em 1478 a abertura de um dos Monti di Pietá em Soncino (bancos de empréstimo sem juros, fundados pela Igreja para concorrer com os bancos judaicos) provocou o encerramento do banco judaico; dois anos depois o medico-banqueiro decidia de abrir com os filhos, Mosé e Josuá Salomon, e os netos uma gráfica. Desta saíram entre 1483 e 1490 a Bíblia, uma serie de tratados do Talmude, o Machzor, conforme o rito italiano, e outras obras todas curadas nos mínimos detalhes seja nos textos que na apresentação. Depois da morte de seu fundador, que aconteceu em 1489, o nome e o emblema dos Soncino peregrinaram de uma cidade a outra: Brescia, Barco, Veneza, etc.

 

Gershom Soncino, filho de Moisé, foi considerado o maior impressor judeu de todos os tempos. Depois de uma tentativa de estabelecer-se em Veneza acabou ficando no centro da Itália entre as Marche e a Romagn.

 

A Bíblia das quais são reproduzidas algumas paginas fazem parte da terceira edição que saiu de sua gráfica em Brescia no fim de abril de 1494 (19-25 do mês judaico de Siwan). Esta consiste de 586 folhas imprimidas sem paginação com o texto distribuído sobre vinte e seis  linhas por pagina, com os Salmos em duas colunas. O numero dos salmos é de 149, enquanto alguns são unidos em um só e outros divididos em dois. Os caracteres escolhidos por Soncino são parecidos com os que eram usados nas precedentes edições de textos bíblicos, mas menores, ou seja as letras são similares ás grafias quadradas de tipo italiano com influxos sefarditas.

Foi esta a edição hebraica, usada por Lutero na sua tradução da Bíblia em alemão. Alguns pensam que ele a escolheu por a qualidade da recensão que ela continha, outros por sua maneabilidade, tendo esta um formado de bolso.

 

                                                                  Anna Rosa Campagnano Bigazzi

                                           

AHJB, Arquivo Histórico Judaico Brasileiro e SGJB, Sociedade Genealógica Judaica Brasileira.

 

 

Bibliografia

 

La Bibbia Ebraica Soncino de Brescia del 1494 em Os judeus a Castengandolfo – textos organizados por Mario Perani – Ed. Giuntina Firenze, 1998, pp. 143; 145 e tav.2; 3; 5; 9.

Attilio Milano – Storia degli ebrei in Italia – Giulio Einaudi Editore, 1963,

 pp.640-641

Dan Pagis. Caratteri generali della poesia ebraica italiana

Em Rivista Mensile D’Israele - V. LX – N.1-2, 1994

 


Tab.2 – Brescia, Biblioteca Queriniana, Bibbia ebraica Soncino, 1494, Baroncelli, Incun. N. 173, primeiro exemplar: friso com uma miniatura de outra mão, representante a oferenda de um sacrifício sobre o monte de Jerusalém.

 

Tab.3 –  Brescia, Biblioteca Queriniana, Bibbia Ebraica Soncino, 1494, Baroncelli, Incun.

N. 173, primeiro exemplar: ornamentação policroma da pagina inicial de Números, com uma figura de carneiro acocorado sobre um altar.

 

Tab. 4 – Brescia, Biblioteca Queriniana, Bibbia ebraica Soncino, 1494, Baroncelli, Incun.

N. 173, primeiro exemplar: ornamentação em policromia e ouro da pagina inicial do Deuteronômio.

 

Tab. 5 – Brescia, Biblioteca Queriniana, Bibbia ebraica Soncino, 1494, Baroncelli Incun.

N. 173, primeiro exemplar: frisos e ornamentação com motivos floreais da pagina inicial do Cânticos dos cânticos, com a representação da mulher-amante adormecida, rodeada por lírios e  campânulas.

 

Tab. 9 – Brescia, Biblioteca Queriniana, Bibbia ebraica Soncino, 1494, Baroncelli Incun.

N. 173, primeiro exemplar: frisos em policromia e ouro nos margens ao redor da folha inicial dos Salmos; na pagina  branca, ao lado, um outro artista representou os instrumentos musicais do saltério.

 

 

 

 

GLI EBREI IN ITALIA – STATISTICHE

11ott
GLI EBREI IN ITALIA - STATISTICHE
di Dagoberto Husayn Bellucci
“Uomini siate e non pecore matte si che di voi tra voi ‘l giudeo non rida”
(Dante Alighieri)
“Notiamo a Livorno una colonia ebrea; quando e come venisse si ignora; ma, per indovinar giusto, può farsene rimontare l’origine alle prime monete che presero a circolare fra noi. Dov’é monetà è Ebreo! A qual numero assommano è cosa incerta, avvegnachè l’eterno loro sospetto li consiglia a dissimularlo. Partecipi della natura dei gatti, non li ammansisci; nulla con essi giova; l’amicizia non sentono: ogni loro affetto non oltrepassa la circonferenza dello scudo. O in Toscana, o in Romagna, o in Polonia per ogni dove per loro è l’Egitto, Egiziani i popoli. Passano attraverso i secoli e la gente come l’olio in acqua: non si confondono. Essi, gli eletti, essi i veri figli di Dio: alla fine verrà l’aspettato Messia, ed allora noi Amorrei, noi Amaleciti, ben potremmo chiamarci avventurosi se ci useranno per somieri. Quando furono dispersi mutarono pelo, non vizio; di leoni si fecero volpi, e la guerra di sangue convertirono in guerra di frodi.”
( Francesco Domenico Guerrazzi livornese, patriota italiano da “Note Autobiografiche” scritte dal carcere di Portoferraio nel 1833)


Abbiamo cercato nel nostro primo intervento sulla presenza ebraica in Italia (o per esser più esatti, utilizzando la dizione ebraica di I’tal’yà ovvero Isola della rugiada divina, nell’avamposto giudaico accampato nel nostro paese dai periodi più antichi della storia della repubblica romana) di identificare l’Ebreo alla luce del suo esclusivismo razziale. Come detto è il sangue che assicura la ‘continuità’ della razza ebraica (di ogni razza per esser precisi) ed in particolare – in base alla legge rabbinica – la linea matrilineare che garantisce la “purezza” razziale. Vale per gli ebrei come per i non ebrei.
Vediamo adesso di smentire quanto ci viene dichiarato ufficialmente dall’Unione delle Comunità Ebraiche (UCEI) in merito al ‘numero’ degli appartenenti alla “razza eletta” ovvero confutare la cifra dei cosiddetti 35mila giudei presenti sul territorio nazionale. Cifra bassissima che non tiene ovviamente ‘conto’ sia dei tantissimi conversi sia dei cripto-giudei per non parlare di coloro – e non sono pochi – che hanno adottato un cognome ‘ariano’ (o comunque non riconducente ad ambienti giudaici).
E’ un problema essenziale per comprendere esattamente quanti sono gli ebrei nel nostro paese e qual’è la loro influenza nella vita economica, sociale, politica e anche religiosa. Per capire l’importanza del problema statistico inerente l’ebraismo italiano basti pensare a quanti giudei sono ‘entrati’ a far parte della classe dirigente utilizzando una rinnovata identità ma , ancor più pericoloso, è il tentativo di assimilazione nella società attraverso i matrimoni “misti” e la contaminazione del sangue di elementi non ebrei.
Un problema già affrontato durante gli anni del Ventennio fascista da Giovanni Preziosi , direttore de “La Vita Italiana” e – per dirla con lo storico Renzo De Felice – “forse l’unico vero e coerente antisemita italiano del XXmo secolo e certo uno dei pochissimi antisemiti italiani che non ripeteva pappagallescamente le parole e gli slogan altrui, ma che, indubbiamente, per oltre trent’anni “studiò” l’ebraismo italiano…” (1).
Preziosi infatti era arrivato a stabilire (2) la cifra di circa 100mila appartenenti alla razza ebraica sulla base delle sue statistiche che comprendevano – come invitava a fare durante gli anni in cui affrontò e studiò la questione ebraica – sia ricerche condotte sulla base dei cognomi degli ebrei italiani e stranieri presenti sul territorio che quelle relative alle conversioni – soprattutto al cattolicesimo – che si intensificarono a partire dalla seconda metà del XIXmo secolo.

Un problema dunque nel problema causato dalla mancanza di linee generali, di un’indirizzo di educazione razziale, di metodi. Per quanto riguardava gli ebrei – più ancora degli altri italiani – era spesso impossibile risalire genealogicamente indietro nel tempo a causa di diversi aspetti sia relativi agli spostamenti interni alle comunità sia per ciò che riguardava da un lato gli ebrei che erano arrivati a posizioni privilegiate mediante nomine di titoli nobiliari (mancò una censimento araldico serio su molte famiglie dell’aristocrazia nazionale) sia coloro che mutarono il cognome assumendone altri “non ebrei” che infine – ancor più rilevante – quelli tra loro che decisero di convertirsi. Le fonti battesimali che secondo la dottrina cattolica avrebbero dovuto “purificare” l’anima – non certo il sangue – del converso di turno si sarebbero, con il varo delle cosiddette leggi razziali del 1938, riempite di ‘aspiranti’ cristiani. Una pretesa assurda: l’ebreo potrà mutare identità civile o religiosa ma rimane ebreo.
Ora il problema che si porrà fin dall’inizio è quello di ‘censire’ esattamente il numero degli ebrei sulla base non delle cifre indicate da enti ebraici (che , del resto, non tengono in conto proprio dei molti ebrei “assimilati” in un modo o nell’altro alla società dei ‘goyim’ e quindi eliminano dai loro registri elementi appartenenti alla razza) fuorvianti e assolutamente falsificanti la realtà; ma della consistenza fattuale del giudeo (in quanto appartenente ad una comunità di sangue) nella vita italiana.
Stabilire l’ammontare della popolazione ebraica fu tutt’altro che facile anche per Preziosi e i suoi collaboratori ai quali non bastò certamente il censimento , effettuato sulla base della cosiddetta legislazione razziale, del 22 agosto 1938. Intanto c’è da premettere che il numero degli ebrei censiti dalle comunità non potrà mai essere quello definitivo proprio perchè viene considerato solo l’ebreo appartenente o iscritto alla stessa comunità e quasi sempre senza alcuna distinzione tra ebrei italiani e ebrei stranieri residenti in Italia (ammesso poi che esista questa differenza considerando che gli ebrei comunque sono alieni da qualsivoglia comunità ‘nazionale’ o ‘etnica’ poichè la patria degli ebrei sono gli altri ebrei con buona pace per qualunque ideale di bandiera, patria o nazionalità).
I censimenti ufficiali dello Stato italiano effettuati nel 1911 e soprattutto nel 1931 – precedenti a quello su ‘basi razziali’ voluto dal Fascismo sette anni più tardi – non danno il numero di coloro che dichiararono all’epoca di professare culti diversi da quello israelita. Non è una ‘sottigliezza’ se si considera che nel 1911 furono 653.404 le persone che dichiararono di non professare alcun culto, cifra scesa a 17283 vent’anni più tardi. A questi censimenti dunque non è possibile credere considerando che le incertezze e i dubbi aumentavano se si prendeva in considerazione gli ebrei indigeni delle colonie appartenenti al Regno d’Italia, gli ebrei stranieri residenti e quelli italiani all’estero. Il buio più totale.
Queste le cifre relative agli Ebrei italiani nei tre censimenti presi in esame:
1911 – 32.825
1931 – 39.112
1938 – 47.252
Come rilevato altrove si nota un incremento demografico dell’elemento ebraico nel periodo preso in considerazione. Non è un incremento relativo anche se tale aumento di popolazione ebraica dev’essere considerato alla luce delle annessioni del 1918 che, all’indomani del primo conflitto mondiale, portarono all’ebraismo italiano circa 7mila nuove unità (specialmente grazie al feudo ebraico di Trieste. Un migliaio furono gli stranieri che assunsero, nel ventennio 1911-31, la cittadinanza italiana.

Ma è comunque un incremento reale contrariamente a quanto asserisce il De Felice che scrive: “Da queste cifre risulta chiaramente: a) che quasi un decimo di coloro che al censimento del 1931 dichiararono di non professare alcun culto era di origine ebrea; b) che lo sbalzo tra le cifre del 1931 e del 1938 sta tutto nel criterio religioso del primo e razzistico del secondo. Il numero di coloro che professavano il culto israelitico nel 1931 (39.112) è addirittura più elevato di quello di coloro che lo professavano secondo le rilevazioni del 1938 (37.241); quelli che provocano lo sbalzo sono (oltre ai 1367 di nessuna religione) i 7.019 ebrei che sin dalla nascita risultavano cristiani (6.881) , di altra religione cristiana (135) e di altra religione non cristiana (3), figli, cioè, di genitori già convertiti prima della loro nascita o di matrimoni misti a prevalenza non israelitica.” (3)
Niente di più falso proprio perchè è razzialmente che si deve considerare il problema ebraico. Quindi i 7.019 ebrei “cristiani” sono da considerarsi , a tutti gli effetti, di razza ebraica. Ancor più rilevante sarebbe stato l’incremento se – a queste cifre – si fossero addizionate quelle relative agli ebrei convertiti, ai cripto-ebrei che aveva adottato cognomi ‘ariani’, ai “nuovi cristiani” che cercarono nelle fonti battesimali una ‘verginità razziale’ proprio per sfuggire alla ‘cerca’ dell’ebreo così maldestramente imbastita dal regime fascista.
Gli ebrei stranieri residenti in Italia secondo il censimento del 1938 era di 10.173 e anche su questa cifra sarebbe da analizzare quanti tra loro ottennero, prima e dopo il 2.o conflitto mondiale la nazionalità italiana soprattutto perchè ciò ci aiuterebbe a comprendere esattamente l’entità del giudaismo nazionale reale nell’immediato dopoguerra (allontanando così anche le pretese ‘vittime’ olocaustiche tricolori delle quali vanno da tempo scrivendo interessati ambienti sterminazionisti). Comunque è certo che il numero di questi ebrei stranieri andrà aumentando progressivamente dal censimento dell’11 a quello del 38 a causa dei flussi migratori provenienti dall’Europa centro-orientale e considerando che una grossa aliquota di questi ebrei era praticamente fissa nel nostro paese come residente e quindi parte integrante dell’Ebraismo nazionale.
In merito all’incremento della popolazione ebraica in Italia (4) nel periodo in esame c’è inoltre da soffermarci anche sull’entità degli ebrei italiani residenti nelle colonie e all’estero: nel 1931 il loro numero era di 511 unità (di cui 385 in Libia ripartiti tra Tripolitania 331 e Cirenaica 54 ; 108 nelle Isole dell’Egeo, 16 in Eritrea e 2 in Somalia)
alle quali però , dato essenziale, erano da aggiungere quelle relative agli ebrei indigeni (5) che ammontavano ad oltre 28.600 così suddivisi:
- Libia 24.024 (di cui 21.138 in Tripolitania e 2.886 in Cirenaica);
- Isole dell’Egeo (Dodecaneso) 4.371;
- Eritrea 193;
- Somalia 11;
Cifre che , per intenderci, non possono lasciare tranquilli: quanti tra questi 28.600 ebrei indigeni appartenenti alle diverse colonie italiane raggiunsero il nostro paese assicurandosi cittadinanza all’indomani del conflitto mondiale? Quanti e quante tra questi ebrei contrassero matrimoni con elementi non ebraici? Sappiamo di una vasta comunità di ebrei libici (in Libia l’elemento ebraico complessivamente costituiva il 3.57% della popolazione) residenti nella capitale: sono questi inseriti o no nelle ‘stime’ dell’UCEI che parlano di “35mila ebrei in Italia”?
Ma torniamo adesso all’entità dei soli ebrei italiani. Essi erano così ripartiti: 41.224 residenti nei capoluoghi di provincia e 4.137 in altri comuni. A questi si devono aggiungere 7.767 ebrei stranieri residenti nei capoluoghi e 1.975 in altri comuni. Come si noterà la cifra ottenuta raggiunge e supera le 55mila unità dando sicuramente un valore alle affermazioni del Preziosi che, sulla base di uno spoglio dei cognomi ebraici presenti nell’Annuario Generale del Regno d’Italia e pubblicate nel 1920, assicurava imponente l’influenza ebraica nel nostro paese: “Gli ebrei sono, in Italia, alla testa della grande banca; danno una percentuale altissima di membri ai Consigli d’Amministrazione delle nostre Società Anonime; sono numerosi tra i membri del Senato e della Camera dei Deputati; occupano i primi e i più importanti posti delle nostre Amministrazioni di Stato. Nel campo dell’insegnamento sono numerosissimi e alcune facoltà delle nostre Università sono divenute un loro campo chiuso. Hanno nelle mani quasi tutte le Case editrici librarie d’Italia. Molta parte dei giornali quotidiani sono nelle loro mani…Nè si dimentichi, che tutte le iniziative affaristiche, anche quelle a tinta patriottica, hanno alla loro testa un ebreo.” (6)

Il cosiddetto “risorgimento” in Italia nel XIXmo secolo non fu forse un autentico “risorgimento ebraico”? Quando nel 1848 si schiusero i ghetti d’Italia i maggiori centri dell’ebraismo erano: Livorno – la Sion d’Italia – ,Roma, Trieste, Mantova, Ancona, Venezia, Torino, Ferrara, Firenze, Venezia e Verona.
I rivolgimenti che avrebbero abbattuto le monarchie ‘assolutiste’ dei diversi Stati pre-unitari italiani furono avvenimenti direttamente influenzati, suscitati e diretti da elementi ebraici come giustamente ci fa notare Carlo Alberto Roncioni che scrive: “L’opera compiuta dagli Ebrei in Piemonte per interessare i pubblici poteri alla causa della loro emancipazione fu messa in luce dall’ebreo Giuseppe Levi. Gli ebrei diffusero libri, giornali, pubblicazioni a loro favorevoli, premiarono gli autori che scrissero in difesa del giudaismo, parteciparono alle agitazioni patriottiche dando al paese uomini e denaro. Un drappello di ebrei torinesi si unì ai volontari delle altre comunità ebraiche e formò la 7.a compagnia Bersaglieri Ebrei. Nel periodo della formazione d’Italia emerse Manin, il dittatore di Venezia, dal lato paterno di puro sangue ebraico. Suo padre era figlio di genitori ebrei veronesi convertiti: Samuele e Allegra Medina i quali avevano assunto il cognome Manin in onore al loro padrino al fonte battesimale. Cavour dovè in parte la sua elezione a deputato, nel 1853, al rabbino maggiore Lelio Cantoni che allora godeva alta autorità negli ambienti politici della capitale. Fra i parecchi Ebrei collaboratori di Cavour, il più in vista fu Isacco Artom, suo segretario particolare, divenuto più tardi segretario generale agli Esteri, posto che occupò per diversi anni. Artom fu il primo ebreo entrato in Senato. Operarono vicino a Cavour all’Interno molti Ebrei: il giornalista Dina, il caricaturista Redenti, nato Nacnami, Giuseppe Finzi, ex mazziniano, D’Ancona, Avigdor e , fuori d’Italia, i banchieri Rothschild e Fould, coi quali ebbe rapporti frequentissimi. Fra gli artefici del nostro Risorgimento, Giuseppe Mazzini è stato il più vicino all’anima ebraica. Così pensa Ercole Specos, il quale sostiene che il motto mazziniano “Dio e Popolo” era stato il motto dei profeti d’Israele. Mazzini a Londra ebbe ad un dato momento come factotum Luigi Wolff che passava per tedesco, ma che parlava alla perfezione l’inglese, il francese e l’italiano. Più tardi si scoprì che era un Ebreo. Sempre Mazzini nel 1947 scriveva degli Ebrei: “Eglino meritano amore, rispetto e stima al pari di qualunque altro…Fino a tanto che non si avrà riguardo a questa classe di nostri connazionali, fino a tanto che non le sarà concesso di stare a contatto con noi, sempre ci staremo servi: saranno essi obbligati a portarci inimicizia e ostilità di pensieri e oltre alla mancanza di un poderoso aiuto dal lato di questi nostri concittadini avremo le forze dei nemici interni ed esterni raddoppiate.”. Ebrei erano i Nathan amicissimi di Mazzini. (…) Anche attorno a Garibaldi , gli Ebrei non scarseggiarono. Liquidati i “sentimentali” che avevano rischiato la pelle per fare l’Italia, gli affaristi presero il sopravvento e cominciò la scalata a tutti i poteri da parte di avventurieri senza scrupoli. Gli Ebrei – gli eterni sfruttatori delle fatiche altrui – che, prima, si erano tenuti dietro le quinte, incominciarono lo spaccio del paradiso in terra, ma a scadenza dilazionata, per meglio organizzare nel frattempo il proprio parassitismo. E’ proprio a quest’epoca che risalgono le baronie e i titoli degli Ebrei Franchetti, Todros, Corinaldi, Montel, Leonino, Levi, Lombroso, Castelnuovo, Vitta seguiti più tardi dagli Ottolenghi, De Veali, Sacerdoti, Weil, Weiss, Padoa, Da Zara ecc La Massoneria fu la scala usata dagli Ebrei per l’arrembaggio al nuovo Stato. Costituito il Grande Oriente Italiano nel 1861 , fu posto a capo di esso un certo Cordova, al quale successero: De Luca, Frapolli, Lemmi, Ferrari, Nathan; il primo segretario del Grande Oriente fu Davide Levi; una tribù di Ebrei e di marrani. Lo strumento che più facilitò agli Ebrei la scalata al potere effettivo è stata la stampa. Anche gli Ebrei italiani si diedero perciò alla conquista della stampa. Guardiamo ai più importanti giornali italiani di allora. Nel 1870 il giornali crispino “La Riforma” aveva il suo principale collaboratore in Primo Levi; il mazziniano “Dovere” era sostenuto da Nathan; “L’Opinione” era stata fondata e diretta da Giacomo Dina, passato poi al “Corriere” di Milano, del quale è stato anche redattore politico Emilio Treves. Il deputato Raffaele Sonzogno è stato direttore della “Gazzetta di Milano”. Tutti ebrei. Nel 1880 si scoprì che i cinque principali giornali d’Italia erano sovvenzionati dal banchiere ebreo Obleight. Nel 1890 Roma aveva una loggia composta di soli Ebrei e i giornali “Tribuna”, “Riforma”, “Capitan Fracassa”, “Messaggero”, “Campidoglio” erano diretti e redatti da Ebrei. Anche la stampa liberale di Trieste era nelle mani di Ebrei mantovani, livornesi e armeni. Proprietari dell’agenzia Stefani erano gli Ebrei Obleight e Freidlander; corrispondente italiano della Reuter era l’ebreo Arbib. Per diciotto anni, dal 1905 al 1923, è stato presidente dell’Associazione della Stampa Italiana l’ebreo triestino Salvatore Barzilai, preceduto in tale carica dall’ebreo Luigi Luzzatti. (…) Da una statistica del 1922 risulta che di Ebrei al Governo italiano ce n’erano molti:
- Parlamento 64
- Corpi Consultivi, Consulta Araldica e Consiglio di Stato 25,
- Affari Esteri 54
- Colonie 11
- Amministrazione Interni 317
- Giustizia 398.” (7)
Vediamo ‘dunque’ dove erano disseminati gli ebrei italiani regione per regione e nelle principali province. Secondo le stime del censimento del 1938 gli ebrei erano così ‘accampati’:
- Lazio 12.943
- Lombardia 11.559
- Venezia Giulia e Zara 8.285
- Toscana 5.931
- Piemonte 5.439
- Veneto 3.822
- Emilia 2.964
- Liguria 2.770
- Marche 1.218
- Venezia Tridentina 989
- Campania 714
- Umbria 224
- Sicilia 202
- Abruzzi e Molise 138
- Puglie 122
- Sardegna 67
- Calabria 24
- Lucania 10
Ora secondo le stime attuali non si registrerebbe presenza ebraica in molte delle regioni summenzionate. Mancherebbe qualsiasi elemento di razza ebraica in regioni dove il loro peso era considerato relativo ma comunque non irrilevante come la Sicilia, l’Abruzzo (quando in realtà di ebrei – per quanto riguarda la sola città di Pescara – ce ne sono e a iosa), Puglia, Sardegna, Calabria, Lucania. Dove sarebbero finiti questi ebrei risulta un mistero: semplicemente non sono affatto ‘conteggiati’ nelle statistiche dell’UCEI che non rilevano elementi appartenenti alla confessione israelitica nelle suddette regioni. Anche quì ovviamente si tratta di autentica menzogna: gli ebrei in queste regioni ci sono….anche se non esistono comunità organizzate nè luoghi di culto dove sia officiata la liturgia ebraica.
Prendiamo alcuni esempi: Alessandria e il Monferrato. In questa zona di ebrei ce ne sono a bizzeffe…al di là della vecchia sinagoga alessandrina essi esercitano prevalentemente attività commerciale (si pensi a Valenza Po capitale italiana dell’oro dove le oreficerie sono per la maggior parte in mani giudaiche) ma nell’annuario censimento degli ebrei in Italia la città – ed i ‘dintorni’ – non risulta affatto compresa come un vero e proprio feudo ebraico.
Altro esempio: Bologna. Nel capoluogo emiliano l’UCEI annualmente riporta la modesta cifra di qualche centinaia di soggetti appartenenti alla comunità…quando “Il Resto del Carlino” , in un articolo a firma proprio di un’eletta tale Paola Rodi, in occasione delle elezioni per la camera dei deputati e il senato del marzo 1994 (indette durante le festività ebraiche della pesah = pasqua che scatenarono l’ira dell’allora rabbino-capo d’Italia Elio Toaff e della presidentessa dell’UCEI , Tullia Zevi) parlerà delle “circa 400 famiglie ebree” della città felsinea….ovviamente se tale cifra fosse reale si dovrebbero conteggiare almeno un migliaio abbondante di soggetti di religione ebraica in Bologna.
Vediamo poi altri ‘casi’ al limite dell’idiozia quali i poco più di settecento ebrei residenti a Livorno….la Sionne italiana dove si ‘contano’ per lo meno 24 strade intitolate a ‘eminenti personalità dell’ebraismo italiano’ compresa “Via degli Ebrei vittime del Nazismo” (…immaginiamo solo la ‘fatica’ che ci ‘costerebbe’ scriverne l’indirizzo su qualunque lettera o cartolina..). A dir poco gli ebrei livornesi non sono meno di qualche migliaio se comprendiamo tutte le piccole medie aziende e i negozi, i banchi al mercato (feudo popolare ebraico) cittadino vicino al quale è situato anche l’unica macelleria kosher labronica.
Sempre secondo queste stime irrilevante sarebbe l’elemento ebraico nel modenese (135 unità comprendenti i giudei di Reggio Emilia che frequenterebbero la sinagoga della città estense). Falso. Basterebbe scorgere l’elenco telefonico – almeno quello di una decina di anni fa – per accorgersi dell’assoluta menzogna di simili cifre. Identiche constatazioni sono valide per Mantova, Ferrara e Verona dove di ebrei ce ne sono a iosa. Per non parlare poi degli ‘uffici’ del Mossad – servizio segreto israeliano – disseminato un pò ‘ovunque’ sotto ‘copertura’ , delle ditte di spedizione e trasporti “made in Israel” o delle agenzie di sicurezza e investigazione spesso feudi giudaici (si registrano in proposito anche evidenti ‘contatti’ con ambienti direttamente collegati al Ministero dell’Interni ovvero organi di polizia vari).
Vediamo le ‘cifre’ secondo il censimento del 1938 (di cui sopra) tra le province maggiormente giudaizzate d’Italia:
- Roma 12.799
- Milano 10.219
- Trieste 6.085
- Torino 4.060
- Livorno 2.332
- Firenze 2.326
- Genova 2.263
- Carnaro 1.782
- Ancona 1.031
- Bologna 1.000
- Bolzano 938
- Padova 748
- Ferrara 733
- Napoli 678
- Mantova 589
- Modena 547
- Alessandria 449
- Pisa 416
- Verona 414
- Vercelli 325
- Lucca 315
- Parma 247
- Gorizia 239
- La Spezia 219
- Siena 219
- Como 197
- Brescia 195
- Imperia 193
- Cuneo 182
- Perugia 180
- Novara 170
- Varese 163
- Asti 150
- Grosseto 149
- Treviso 147
- Istria 130
- Friuli 129
- Reggio Emilia 129
- Piacenza 124
- Pesaro Urbino 109
- Rovigo 109
- Aosta 103
ecc ecc
Davvero è possibile credere che intere comunità ebraiche siano ‘scomparse’ nel “nulla” dopo la 2.a Guerra Mondiale? Dove sarebbero andati a finire i 547 ebrei modenesi (ne rimane meno di un quarto a sentire l’UCEI)? E i 449 ebrei alessandrini? Per non parlare poi di interi nuclei ebraici che sono letteralmente , o quasi, “evaporati” nel nulla (e non ci si continui a ‘raccontare’ delle fole olocaustiche perchè onestamente poco , per niente, credibili) come quelli residenti allora nelle province di Pisa, Lucca, Gorizia, La Spezia, Siena, Como, Brescia, Imperia, Perugia, Varese, Grosseto, Treviso, Piacenza, Rovigo o Aosta. Non risulta , in queste province, che vi siano consistenti nuclei familiari ebrei dopo la 2.a guerra mondiale….alcune di queste addirittura risultando completamente svuotate da elementi giudaici.
Sempre secondo quel censimento per esempio risultavano 66 ebrei a Viterbo e a L’Aquila. Oggi la cifra comunicata dall’UCEI è uguale a …zero! E i 49 ebrei cagliaritani, i 75 catanesi, i 95 savonesi o i 20 residenti a Campobasso e provincia dove sarebbero andati a ‘finire’?
Domande. Dubbi. Sospetti. Soprattutto un dato che emerge evidente: alla ‘realtà’ censitoria dell’Unione delle Comunità Ebraiche Italiane bisogna opporre la realtà fattuale ricognitiva….basta la semplice ricerca sugli annunci mortuari dei quotidiani delle differenti province o l’elenco dei beni catastali città per città , l’elenco telefonico o quello dei registri civici delle unioni matrimoniali (ma anche qualche ricerca nei cimiteri per identificare sepolcri ebraici non sarebbe affatto ‘male’) per comprendere che la cifra pretesa dei “35mila ebrei in Italia” è nient’altro che una menzogna….
Nella società rovesciata della contemporaneità isterica e sodomizzata dai deliri di massa sappiamo che a ‘pochi’ interesserà un serio approfondimento ‘ginecologico’ e criteri razziali certi…Tant’é noi continueremo a ‘indagare’ al di là e oltre di tutte le ‘peripezie’ esistenziali degli esseri senza volto nè storia nè identità della società cosiddetta ‘moderna’.
Giovanni Preziosi scriverà la cifra di centomila elementi giudei nel 1938. Noi diciamo almeno il doppio forse il triplo considerando cripto-giudei, marrani, conversi, ‘arianizzati’ d’ogni latitudine…Il ‘resto’ è noia!
DAGOBERTO HUSAYN BELLUCCI
Dir. Resp. Agenzia Stampa “Islam Italia”



Note -
1) Renzo De Felice – “Storia degli ebrei italiani sotto il fascismo” ediz. “Einaudi” – Torino 1962 (ediz. tascabile 1993);
2) Giovanni Preziosi – articolo “Centomila?” in “La Difesa della Razza” – 5 Ottobre 1938;
3) Renzo De Felice – ibidem;
4) si consultino L.Livi – “Gli ebrei alla luce della statistica” – Firenze 1918-20 (2 voll) , R. Bachi – “La demografia degli ebrei italiani negli ultimi cento anni” in “Atti del Congresso Internazionale di studi sulla popolazione” Roma 1934 , “La demografia dell’ebraismo italiano prima della emancipazione” in “Scritti in onore di Dante Lattes” , Città di Castello, 1938;
5) R. Bachi – “Gli Ebrei delle colonie italiane. Note statistiche sul censimento 1931″ in “Rassegna mensile di Israel” gennaio-febbraio 1936 pp.385-96;
6) Giovanni Preziosi – “Giudaismo – Bolscevismo – Plutocrazia – Massoneria” ediz. Hoehnstaufen – Milano 1944;
7) Carlo Alberto Roncioni – “Il Potere Occulto” – ediz. Sentinella d’Italia – Monfalcone 1974. Sul ruolo svolto dai giudei nell’ideale repubblicano mazziniano dell’epoca si vedano del massone Luigi Armando Giovannini – “Mazzini e la Massoneria” 1972. In merito alla sinergia massonico-giudaica si veda quanto scritto Julius Evola nel suo “Tre Aspetti del Problema Ebraico” (ediz. di ‘Ar’ – Padova) nel quale è possibile leggere: “Una relazione esiste senza dubbio fra la tradizione ebraica e la Massoneria. Nel 1848 il massone Von Knigge ebbe a scrivere: “Gli Ebrei hanno riconosciuto saldamente che la Massoneria era il mezzo per fondare saldamente il loro impero segreto.”
Sul ruolo dell’ebraismo nelle vicende del Risorgimento italiano si consulti anche Piero Sella “Prima d’Israele” ediz. L’Uomo Libero – Milano e il nostro “I’tal’yà – Ebrei e lobbie’s ebraiche in Italia” ediz. Effepi – Genova;

Articolo pubblicato sul sito internet www.terrasantalibera.org – Marzo 2009

IMIGRAÇÃO JUDAICA ITALIANA NO BRASIL DE 1938 A 1941

Anna Rosa Campagnano Bigazzi

 

As graves crises com repercussões econômicas e sociais posteriores a Unificação

Italiana (1861-1870) e a Revolução Industrial, que substituiu a mão de obra pelas

máquinas, levaram os proprietários de terras, arrendatários e assalariados à

miséria.

Assim além da miséria, as doenças (como a pelagra, o escorbuto, a tuberculose e o

raquitismo), causadas pela precária situação de vida dos camponeses e as pragas

que atacavam as plantações de pimenta-preta, vinhedos, arrozais e oliveiras (que

prejudicavam também a criação do bicho da seda), etc. foram as causas da

emigração italiana a partir de 1875.

Outros fatores que favoreceram a emigração em massa dos italianos foram,

também, o constante deslocamento de camponeses que, sem especialização e

contrato de trabalho, viviam perambulando de um lado para outro sem emprego

fixo, procurando as colheitas da estação e, em estações improdutivas tornavam-se

pedreiros, tecedores, ceramistas, marceneiros, etc.

Despertados pelos anúncios das agências de emigração e pela propaganda, muitas

vezes enganosa, publicada nos jornais italianos esta população humilde embarcou

rumo aos paises da América do Norte e do Sul, além da Austrália e da Nova

Zelândia. Os primeiros emigrantes foram principalmente os camponeses do norte

da península.

Entre 1878 e 1920, houve a Grande Emigração e, conforme dados do IBGE

entraram cerca de 1.331.158 italianos que representam mais dos 39% da

emigração total no Brasil.

Para regular estes fluxos emigratórios foram formuladas na Itália muitas leis, entre

as quais podemos citar a nº. 5877, de 30 de setembro de 1888, sobre a plena

liberdade de emigrar e normas comportamentais; a nº. 23, de 31 de janeiro de

1901 que criou um órgão específico, o Comissariado Geral da Emigração (CGE), que

estava subordinado ao Ministério do Exterior e deveria administrar todas as

instituições que, na Itália e no exterior, se ocupariam da proteção dos emigrados.

Este organismo gerenciava, também, o Fundo para Emigração, que recebia uma

taxa de oito liras para o transporte de cada emigrante. Em 26 de março de 1902,

foi promulgado o Decreto Prinetti (nome do ministro do Exterior), que proibiu a

emigração subsidiada para o Brasil de grupos coletivos, devido ao excessivo

endividamento dos emigrantes com os doadores de trabalho brasileiros. A

emigração somente seria permitida mediante contratos aprovados pelo CGE.

A estrutura econômica do Brasil, herdada dos tempos coloniais baseava-se em três

elementos: latifúndio, agricultura de exportação e trabalho escravo.

Como conseqüência a entrada dos emigrantes a partir do século 19 direcionou-se

para dois focos: a pequena propriedade agrícola, principalmente nos estados do

Sul, e as fazendas de café do oeste paulista, onde os italianos eram empregados

como mão-de-obra assalariada. Foi esta ultima opção que predominou no país

durante as primeiras décadas do século 20, momento áureo da produção cafeeira

no Estado de São Paulo.

Se considerarmos a história da imigração no Brasil, podemos constatar que os

italianos entraram no país em fases diferentes.

Entre 1500 e final de 1600 houve uma limitada entrada de viajantes italianos

representada por personalidades da cultura ou de extração social elevada. Com a

chegada da imperatriz Maria Cristina, irmã do Rei das Duas Sicílias, mulher de Dom

Pedro II e mãe da Princesa Isabel, vieram alguns cortesões e artistas italianos.

Entre 1820-1840, entraram no Brasil refugiados políticos italianos como G.

Garibaldi, Tito Livio Zambeccari e Libero Badaró.

No periodo entre 1890 e 1906, chegaram os anarquistas italianos que, entre

outros, contribuiram ativamente com o movimento operário no Brasil.

Em 1890 foi criada, pelo italiano Giovanni Rossi, a Colônia Cecília, cujo lema,

escrito inclusive na entrada era “Sem lideres nem patrões”. Zelia Gattai em seu

livro “Città di Roma” narra a experiência de sua família que fez parte dos pioneiros

fundadores desta Colônia. Paralelamente a estas emigrações, entre 1880 e 1924,

aconteceu a Grande Emigração.

Em 1870 pelo que concerne a situação dos judeus italianos, que até este período

viviam em guetos (instituídos em 1555), podemos afirmar que estes, com a

Unificação, tornaram-se socialmente, economicamente e politicamente iguais aos

outros italianos; assim eles não sentiram necessidade de emigrar para melhorar

seu estado de vida. Alguns judeus, porem, emigraram e apesar de não existir uma

estatística especifica sobre quantos destes chegaram ao Brasil durante a Grande

Imigração, podem chegar a algumas dezenas. De fato, existem em estudos sobre a

emigração italiana (em particular, no livro “Italianos no Brasil” de Franco Cenni)

nomes de italianos judeus que podem ser identificados como tais por seus

sobrenomes. Nos túmulos de judeus sepultados no Cemitério de Vila Mariana, em

São Paulo, antes de 1930 há judeus italianos. (NOTA Os sobrenomes foram

comparados com os encontrados no antigo texto de Samuele Schaerf “Os

sobrenomes dos judeus italianos” que recolhe cerca de 10.000 sobrenomes). Para o

período que vai do começo de 1900, podemos citar os nomes Lattes, Levi, Mayer,

Lopes, Servadio e até um Mazzini, provavelmente filho de casamento misto onde a

mãe devia ser judia.

Com a chegada ao poder de Mussolini, em 1922, chegaram ao Brasil, alguns

emigrantes fascistas, considerados, pelo Estado Italiano um meio de irradiação das

idéias políticas. Esta emigração teve como conseqüência manifestações da parte do

antifascismo ítalo-brasileiro e a fundação, em 1923, do primeiro jornal antifascista

“La Difesa” por iniciativa de Antonio Piccarolo (1863-1947).

A partir do final de 1938, inicio 1939, aconteceu a emigração dos judeus italianos

que fujiam do fascismo e das leis raciais de Mussolini, procurando encontrar no

Brasil, um lugar onde viver livremente e seguir suas próprias tradições, sem medo

ou diferenciação.

Os judeus italianos chegaram ao Brasil durante o Estado Novo, quando da restrição

à imigração efetuada em nome “da construção de uma nação forte, de uma raça

eugênica e da proteção ao trabalhador”.

Não era fácil obter os vistos para a entrada no país. Através de pesquisas efetuadas

no AHI no Rio de Janeiro, encontrei poucos vistos indeferidos a pessoas

identificadas. Porém numerosos são os documentos que demonstram que os

Consulados brasileiros em várias cidades italianas, entre as quais Trieste, Genova e

Livorno, negaram vistos a semitas durantes meses seguidos, apesar de terem

recebidos centenas de pedidos.

Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. São Paulo, 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.

Assim não é possível calcular o numero exato dos vistos negados; vistos que

continuaram a ser negados também depois do fim da Segunda Guerra Mundial, com

duas Circulares Secretas, durante o governo Dutra e quando Jorge Latour era

Presidente do CIC, Conselho de Imigração e Colonização. Dos judeus italianos que

foram entrevistados, a maioria obteve seus vistos por meio de cartas de chamadas,

amizades, corrupção, falsas identidades de trabalho, convite por parte de

Universidades brasileiras (como no caso de Giorgio Mortara).

O censo de 22 de agosto de 1938 computou 57.425 pessoas (pessoas de raça

judaica, ou seja, com no mínimo um dos pais judeus). Na realidade o numero

verdadeiro de judeus identificados neste censo foi mantido em segredo para não

revelar o numero real inferior a quanto propagado pela mídia fascista.

Destes judeus, a partir de 1938 expatriaram cerca de 6.000 judeus de

nacionalidade italiana o que corresponde a 12,6% da população judaica recenseada

em 1938.

Os personagens a serem considerados nesta palestra são de um lado os judeus

italianos e Mussolini, e do outro Vargas e Oswaldo Aranha.

Entre esses personagens se insere o papel do Secretario da Embaixada brasileira

em Roma, Jorge Latour (1937-1938), presente no período da preparação e

proclamação das leis raciais.

Este diplomada elaborou, por determinação do embaixador brasileiro na Itália,

Adalberto Guerra Duval, dois detalhados relatórios sobre a “Questão Racial na

Itália” destinados ao Ministro dos Negócios Exteriores no Brasil (O. Aranha).

Resulta evidente nestes relatórios a simpatia pelo regime fascista e por Mussolini

por parte do embaixador e do secretário, enquanto transpira a intenção não

somente de informar quanto à de estimular uma atitude por parte do governo

Vargas a emular e seguir, a mesma política racista e anti-semita do governo

fascista italiano que abrangia segundo o embaixador, aspectos de preservação da

raça italiana, incluindo um programa anti-semita apoiado em fundamentos de

ordem social e racial.

A atitude do governo Vargas, durante o Estado Novo, contra a entrada de judeus

no Brasil se processou de forma secreta, sistemática, controlada pelo Ministério das

Relações Exteriores através de circulares secretas, memorandos e ofícios. Os

componentes anti-semitas do regime Vargas foram assimilados pela antiga

oligarquia portadora de valores católicos e de uma tradição racista da elite, e, em

parte, pela classse media emergente caracterizada por valores burgueses e

urbanos.

Oswaldo Aranha é um personagem muito discutido. Apesar de ter favorecido a

formação do Estado de Israel como Presidente da Assembléia da ONU em 1948

(talvez para evitar que as correntes dos judeus deslocados da guerra ou

sobreviventes do Holocausto viessem a se refugirar no Brasil?), assinou todas as

Circulares Secretas (feita exceção pela n. 1.1127, de 7/6/1937) sendo responsável

na época pelo Ministério do Exterior Mario de Pimentel Brandão. Aranha, em

30/11/1937, vetou às companhias de navegação de vender passagens aos judeus,

pois seria proibida sua entrada no Brasil e vetou a entrada de 500 crianças judias

que acabaram sendo enviadas para os lager.

Mussolini teve uma posição ambígua, oportunista e não objetiva para com os

judeus e com o sionismo. Pouco antes do inicio da discriminação contra os judeus,

a conquista da Etiópia (1935-1936) ofereceu-lhe a ocasião para promulgar as

primeiras normas racistas, discriminatórias e segregacionistas na Itália. A primeira

Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. São Paulo, 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.

destas foi a elaboração de um Decreto-Lei (9 de abril de 1937) destinado à

proibição das relações de tipo conjugais entre cidadãos italianos e negros. Assim a

imagem deformada do negro difundida entre os italianos se transformou no cavalo

de Tróia por meio do qual o racismo anti-semita penetrou na Itália.

Ao magma ideológico-político do nacionalismo alemão e italiano, até a véspera da

Segunda Guerra Mundial, se misturavam várias correntes multiformes: a

antropologia racial obcecada pela idéia de um domínio “ariano”, o darwinismo social

fundado sobre o conceito de “seleção natural” e a “eugenia” dos mais fortes, cujas

correntes mais radicais projetavam utopicamente a fabricação artificial de uma

espécie superior.

No Brasil, o argumento principal era o projeto de povoamento executado pelo

Conselho de Imigração e Colonização e diretamente subordinado à Presidência da

Republica. Esse projeto de ocupação do território nacional foi levado adiante por

Vargas, numa versão renovada das idéias de branqueamento.

Neste contexto devem ser analisados os dois relatórios organizados por Jorge

Latour, por determinação do embaixador em Roma Adalberto Guerra Duval, e

enviados pra Oswaldo Aranha, Ministro do Estado das Relações Exteriores desde

1937.

Para A. Duval, a finalidade fascista de preservar a raça itálica era um tema de

inegável importância a ser imitado pelo o Brasil, razão pela qual os relatórios

encomendados a Jorge Latour tinham como objetivo principal convencer Vargas e

Aranha a assumir uma posição contra os judeus, a fim de preservar a nação das

raças indesejáveis ou inassimiláveis: Oficio n. 203, Campanha racista. 640.16 96

AHI, enviado por O. Aranha, ministro das Relações Exteriores em Roma 16 de

agosto de 1938.

Os judeus italianos refugiados em São Paulo, entre 1938 e 1941, se

autodenominaram “Colonia Mussolini” pelo fato que foi devido às leis racistas de

Mussolini que eles decidiram deixar a Italia e emigrar para o Brasil. A maioria dos

emigrantes escolheu o Brasil como ultima opção, como o único pais do qual

conseguiram um visto de entrada. Muitos deles não sabiam quase nada sobre este

país, mas depois ficaram satisfeitos pela escolha feita, considerando o povo

brasileiro acolhedor e prestativo.

O emigrante, em geral, está sujeito a ter momentos de desamparo, como

insegurança e angústia. Apesar da ajuda recebida, encontrar-se longe de casa e da

família e as dificuldades de adaptação ao novo ambiente facilitaram a saudade e

episódios de depressão, especialmente entre as mulheres.

Poder-se-ia falar de verdadeiros traumas que acompanharam esta emigração racial,

traumas que depois de um período de latência, variável com a história de cada um,

mostrou seus efeitos profundos e duráveis.

Tendo realizado muitas entrevistas com filhos de judeus italianos, que partiram

junto com os pais em 1939 ou nasceram no Brasil, e, infelizmente, com poucos dos

que decidiram deixar a Itália, posso afirmar que estes foram submetidos a várias

situações potencialmente traumáticas.

Como exemplo cito o depoimento de Fulvia Iesi Di Segni, uma judia de Trieste que

chegou ao Brasil em 1939, com o navio Oceania. Fulvia na época tinha 18 anos.

Através de suas palavras encontrei alguns fatos que podem ser considerados como

traumáticos:

As leis que colocavam os judeus novamente na condição de discriminados; ser

obrigado a deixar o próprio país e os afetos mais importantes, ou seja, o

desraizamento e o sucessivo transplante de uma geração, junto com o horror da

perda repentina de todas as ligações com o próprio pais e a própria família: Eis-nos

transformados em turistas! Começamos a viver nossa tragédia em profundidade.

Eu tinha consciência do extremo valor de cada minuto daqueles poucos dias que

nos restavam...

da despedida; de ter que enfrentar um futuro em lugar desconhecido; o trauma da

saudade: pouco a pouco o micróbio da saudade estava atacando profundamente

todo meu ser... a vista dos navios italianos que depois da guerra tinham voltado ao

porto de Santos... simples palavras em italiano...uma antiga canção em uma

pizzaria... deixava-me perturbada até as lágrimas... Adorava meu marido, filhos,

casa trabalho.... mas era só fechar os olhos... que me encontrava percorrendo a

trilha azul do Oceano Atlântico... saudade que melhorou com a minha primeira

viagem de volta, como turista em 1952... em particular quando voltei para Trieste

onde, junto com as lagrimas de alegria por rever a cidade, chorei também a perda

de muitas pessoas amigas.....

Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. São Paulo, 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.